Está quente. Tão quente que não tenho escolha a não ser tirar o casaco. Me sinto exposta, minha armadura se foi. A luz me acerta diretamente nos olhos, e eu me pergunto se ficaram verdes.
Encaro o grande piano preto no meio da sala. Ou talvez ele esteja me encarando. Observo os dedos que pressionam tecla por tecla, formando uma melodia. E a vontade de tocar cresce em mim.
Mas eu não posso. Não sei tocar. Ainda não. E coragem é algo que sempre me faltou.
Mas talvez, quem sabe, algum dia, eu crie coragem. Afinal, aqui fujo do tempo. Aqui serão eternamente 10 para as 9.
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